Entre as obras mais importantes de Machado de Assis, O Alienista ocupa um lugar especial na literatura brasileira. Publicado entre 1881 e 1882 e depois incluído em Papéis Avulsos. Ele vai além de uma simples sátira e nos faz pensar na relação entre ciência, poder e loucura.
A obra conta a história de Simão Bacamarte, um médico respeitado que volta a Itaguaí após estudar em Coimbra e Pádua. Ele busca entender a mente humana e constrói a Casa Verde, um lugar para investigar a linha tênue entre sanidade e loucura.
Com o tempo, a visão de Simão sobre o que é ser “normal” se torna arbitrária. Não só fanáticos religiosos ou pessoas com delírios são internados, mas também cidadãos exemplares e modelos de virtude.
A narrativa é recheada de humor, ironia e crítica. Ela mostra a fragilidade das instituições políticas e o autoritarismo da ciência como poder. Também revela a instabilidade da sociedade entre submissão e revolta.
Fizemos uma análise completa de O Alienista. Neste artigo, você encontrará um resumo da obra. Também vamos falar sobre os personagens e os temas principais. Vamos discutir o contexto histórico e o estilo da narrativa. Além disso, veremos as adaptações e a recepção da obra. Compartilhe esse artigo e continue lendo!
Resumo de O Alienista, de Machado de Assis

O Alienista conta a história de Simão Bacamarte, um médico respeitado. Depois de estudar em Coimbra e Pádua, volta para Itaguaí decidido a dedicar sua vida à ciência.
Conhecido como o maior médico de Portugal, Espanha e Brasil, ele diz que sua missão é investigar a saúde da alma. Ele acredita que essa é a tarefa mais importante da medicina.
Para isso, o médico se casa com D. Evarista, escolhida não por beleza, mas por suas condições de gerar filhos saudáveis. Assim, o médico dedica todo o seu tempo no estudo da mente humana.
Ao perceber que os doentes foram esquecidos e que viviam em péssimas condições. Ele convence os políticos de Itaguaí a construir um lugar para eles. Dessa forma, é criada a Casa Verde, inaugurada com grande festividade e destinada a recolher e estudar pessoas com distúrbios mentais.
No início, a população têm muita desconfiança, mas, pouco a pouco, a Casa Verde se torna o centro das atenções. Logo o lugar fica cheio, e Bacamarte passa a dividir os internos em grupos: furiosos, mansos, monomaníacos e alucinados.
Alguns casos chamam a atenção, como o de um homem que pensava ser a estrela-d’alva, outro que distribuía boiadas imaginárias. Além de fanáticos religiosos e apaixonados enlouquecidos.
Enquanto isso, sua esposa sente que foi esquecida pelo marido, que ele só pensa em seus estudos. Em tristeza profunda, consegue permissão para viajar ao Rio de Janeiro em busca de distrações. Sozinho, o médico cria uma teoria: a loucura não é restrita, mas ampla, e a razão só existe no equilíbrio perfeito da mente.
Assim, qualquer desvio, por menor que fosse, já era insanidade. Apoiado por essa nova teoria, ele interna pessoas comuns como o bondoso Costa, o artesão Mateus e o jovem orador Martim Brito.
O medo toma conta da cidade, já que qualquer atitude diferente pode ser considerada loucura. A Casa Verde passa a ser vista como uma prisão, e o pânico se espalha.
Esse clima gera revolta. Liderados pelo barbeiro Porfírio, apelidado Canjica, os moradores se reúnem contra Bacamarte. A chamada “revolta dos Canjicas” reúne centenas de pessoas contra o médico. Tropas são enviadas, mas algumas se juntam aos rebeldes, colocando a política local em confusão.
Mesmo assim, Bacamarte não se abala e defende que tudo o que faz, faz pela ciência. Com o tempo, consegue recuperar o controle. O barbeiro, que chegou a assumir posição de poder, logo perde o controle, e a ordem retorna à vila.
Com o passar dos anos, Bacamarte muda sua teoria. Se antes ele acreditava que quase todos eram loucos, agora passa a pensar no oposto. Talvez os verdadeiramente equilibrados, fossem os únicos que deveriam ser internados.
Assim, o médico liberta os pacientes e decide se internar, se considerando o único homem realmente são de Itaguaí. Em seguida, morre na Casa Verde, vítima da própria lógica que criou, em um desfecho irônico e paradoxal.
A história termina com uma reflexão sobre a fronteira entre razão e loucura, ciência e arbitrariedade, poder e tirania.
Principais momentos de O Alienista
- Construção da Casa Verde: Bacamarte convence a Câmara Municipal a construir a Casa Verde para estudar os loucos de Itaguaí.
- Primeiros internos: pessoas com comportamentos fora do comum ou claramente perturbados são levadas para o lugar, gerando curiosidade e receio.
- Nova teoria: o médico começa a considerar que quase todos têm algum grau de desvio mental, internando até os mais virtuosos da vila.
- Clima de medo: a população teme ser levada à Casa Verde por qualquer atitude ou opinião fora do comum.
- Revolta dos Canjicas: moradores, liderados por Porfírio, se rebelam contra Bacamarte, mas o movimento fracassa.
- Revisão final: Bacamarte conclui que loucos são apenas os perfeitamente equilibrados.
- Desfecho paradoxal: liberta os internos e se interna na Casa Verde, morrendo como prisioneiro de sua própria teoria.
Os Personagens de O Alienista

Os personagens de O Alienista são construídos de forma irônica e simbólica. Muito mais que indivíduos, eles são como representações de ideias, vícios e contradições.
Embora Simão Bacamarte seja o centro da história, cada personagem têm um papel fundamental na satíra que sustenta o conto. Entre os personagens de O Alienista estão:
- Simão Bacamarte: Médico, formado em Coimbra e Pádua, é apresentado como “o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e da Espanha”. A marca do personagem é sua devoção à ciência. Isso o leva a sacrificar sentimentos pessoais e outras coisas em nome de suas experiências. Frio e guiado pela lógica da razão, ele é respeitado e temido, encarnando tanto a imagem do sábio quanto a do tirano.
- Dona Evarista: Esposa escolhida apenas por critérios fisiológicos: robustez e saúde, ou seja, perfeita para gerar descendentes fortes. Apesar disso, não corresponde às expectativas do médico, vivendo sobre sua frieza. Dona Evarista representa o abismo entre a sensibilidade humana e a racionalidade. Mesmo assumindo um papel secundário. Ela é o contraponto emocional da rigidez de Bacamarte, simbolizando aquilo que a razão não pode dominar.
- A Câmara dos Vereadores e a sociedade de Itaguaí: Funcionam como personagens coletivos. A princípio os vereadores hesitam em construir a Casa Verde, mas depois acabam cedendo às vontades de Bacamarte. Já a população, fica entre admiração e indignação, muitas vezes movida mais pelo medo do que por princípios. A revolta popular, liderada por Porfírio, nasce dessa ambiguidade, mas não resiste ao poder científico de Bacamarte. Juntos, representam a fraqueza política e a fragilidade moral da sociedade diante do autoritarismo.
Os Temas Abordados em O Alienista

O Alienista não é só uma história sobre a loucura, mas uma sátira sobre ciência, poder e sociedade. Machado de Assis utiliza Simão Bacamarte e a Casa Verde como ferramenta crítica. Dessa forma, ele questiona o saber científico, a fragilidade das instituições e a linha tênue entre a razão e a loucura.
A crítica à ciência
Em O Alienista, o escritor não tinha como objetivo propor uma teoria psiquiátrica. O que ele fez foi mostrar como a ciência, quando se coloca acima das suas limitações, pode se tornar tirana.
Simão Bacamarte é o retrato desse perigo. Movido pela fé absoluta na razão, ele interna grande parte da população de Itaguaí, na Casa Verde, em nome de suas teorias.
O detalhe é que essas teorias mudam o tempo todo, redefinindo em todo momento quem é normal e quem é louco. Ou seja, a loucura não é algo descoberto pela ciência, mas produzido pelo próprio discurso científico.
A Casa Verde se transforma, então, em símbolo do poder da ciência, capaz de incluir ou excluir pessoas de acordo com critérios arbitrários.
No fim, isso leva Bacamarte ao isolamento e à morte, pondo em evidência a ironia de Machado de Assis. A própria razão pode se converter em uma forma de loucura.
A linha tênue entre razão e loucura
Outro ponto tratado na obra é a crítica à ideia de uma fronteira fixa entre sanidade e insanidade.
Para Bacamarte, saúde mental significa o perfeito equilíbrio. Isso faz com que quase todos em Itaguaí sejam considerados loucos. Mais tarde, ele inverte sua teoria: para ele, os loucos seriam justamente os poucos equilibrados, até concluir que apenas ele merecia ser internado.
Esse acontecimento mostra como razão e loucura não são categorias estáveis, mas construções que mudam conforme o olhar de quem detém o poder. Assim, a obsessão em classificar a mente humana é um delírio científico, tão irracional quanto aquilo que pretende combater.
No fim, o médico é diagnosticado como louco, reforçando ainda mais a ironia central da obra: a ciência. Quando busca controlar tudo, se perde em sua própria contradição.
Sátira social e política
Além disso, O Alienista é também uma reflexão sobre a sociedade brasileira do século XIX.
A Casa Verde funciona como metáfora de um poder autoritário, que define normas, e comportamentos. Quando o médico acaba internando tanto pessoas comuns quanto figuras de prestígio, ele se age como um governante arbitrário.
A história ironiza tanto as autoridades quanto a população. A Revolta dos Canjicas, é uma paródia das revoltas políticas da época, mostrando a fragilidade das instituições e o oportunismo dos movimentos populares.
O povo, às vezes, apoiava o poder e outras se voltavam contra ele.Entretanto, quase sempre sem princípios, movido por conveniência ou medo.
O escritor também expõe a hipocrisia de Itaguaí, caracterizada pela mediocridade e pela submissão. O conto retrata um Brasil que imitava modelos europeus de ciência, política e moralidade sem postura, revelando uma sociedade frágil e contraditória.
Dessa forma, a história mostra que tanto a ciência quanto a política, a religião e a moral não são portadoras de verdades absolutas. E às vezes, são usadas como instrumentos de poder, vaidade e interesses de alguns. Através da ironia, a história traz um mundo em que razão e loucura, ordem e desordem, convivem e se confundem.
Análise Literária e Estilo de O Alienista

O Alienista é uma obra que mostra a genialidade de Machado de Assis em transformar ironia e humor em ferramentas de crítica social. Composto por sátira, reflexão filosófica e realismo. O conto nos convida a questionar tanto o poder da ciência quanto a fragilidade das instituições.
Uso da Ironia e do Humor
O humor e a ironia são o coração da obra. O escritor não usou a ironia apenas como detalhe, mas como a estrutura que sustenta toda a história. O que deveria trazer ordem cria desordem: a ciência gera os “loucos”, e Bacamarte acaba vítima de sua própria lógica.
Grande parte do humor do conto nasce da contradição do discurso científico e das situações ridículas. Bacamarte transforma manias em loucura, expondo a pretensão da ciência de ser neutra e infalível.
O riso que surge dessas situações é crítico: mostra como a ciência pode se transformar em um instrumento de poder arbitrário.
O narrador irônico reforça esse efeito. Ele relata os problemas de Itaguaí com seriedade, como se fossem registros históricos. Mas, deixa escapar suposições que mostram o ridículo de tudo isso. Somos forçados a duvidar das verdades apresentadas, percebendo que nenhuma certeza é absoluta.
Os personagens são caricaturas: o padre, os vereadores e o povo representam a mediocridade e a submissão ao poder. Bacamarte, é a caricatura do cientista moderno, cuja obsessão pela razão o leva ao isolamento e ao vazio.
O desfecho da história concentra toda a ironia: Bacamarte interna a si mesmo para estudar sua própria mente. A história termina com um tom trágico-cômico. Mostrando que a tentativa de separar a razão e a loucura de forma absoluta é, em si mesma, insana.
No fim, o papel do humor e da ironia vão além da diversão. Nos levam a reavaliar normas sociais, desconfiar das autoridades e reconhecer que a verdade pode ser apenas um mecanismo de poder.
Narrador Distante, mas Satírico
O narrador tem um papel importante na ironia. Ele assume a postura de cronista imparcial, como se estivesse escrevendo um documento histórico. Essa distância transmite neutralidade, mas esse efeito é enganoso.
Quando o narrador conta a internação de quase toda a cidade com o mesmo tom sério de quem relata fatos reais. Reforça o absurdo dessa situação e, dessa forma, intensifica a crítica.
Isso transforma o narrador em um mediador irônico. Ele assume uma postura objetiva, mas rompe com ela ao ridicularizar Bacamarte e as instituições locais. O resultado é uma voz que parece neutra, mas que expõe o exagero e o absurdo.
Faz parte do Realismo Brasileiro
O Alienista faz parte do Realismo brasileiro de uma forma um pouco diferente. A obra não é uma reprodução fiel da realidade, mas uma reflexão sobre instituições, discursos e a própria ideia de verdade.
O realismo de Machado de Assis não está em descrições detalhadas, mas na desconstrução e no uso da ironia. Ciência, política e religião aparecem atravessadas por vaidade e arbitrariedade, mostrando que nenhuma forma de poder é absoluta.
Dessa forma, o escritor quebra o padrão e cria um realismo crítico e reflexivo. Em que a sátira substitui o registro objetivo, assim, o livro não apenas integra o movimento realista, mas o reinventa.
Contexto Histórico de O Alienista

Para entender O Alienista, é preciso olhar para o Brasil do final do século XIX. Esse período é marcado pelo destaque científico e pelo positivismo como filosofia dominante.
Escrito nesse cenário é usado como ferramenta crítica e irônica. Além da confiança cega na ciência e nas formas de poder que se apoiavam nela.
O século XIX e a fé na ciência
Publicado entre 1881 e 1882, e depois reunido em Papéis Avulsos, o texto surge em um Brasil de intensas transformações sociais e políticas. O cientificismo e o positivismo guiavam a elite intelectual e política, legitimando ideias de progresso e a defesa da futura República.
Nesse período, a ciência era vista como absoluta. E capaz de definir regras para o conhecimento, para a sociedade e para a vida de cada um.
A medicina psiquiátrica ganhava destaque, reivindicando o poder de traçar a fronteira entre razão e loucura. Isso conferia aos médicos não apenas prestígio, mas também poder social e político.
Nesse cenário surge Simão Bacamarte, personagem que simboliza a confiança cega na ciência, apresentando-se neutro e objetivo, mas cheio de autoritarismo.
Debate científico e o avanço do positivismo no Brasil
O Brasil do século XIX adotou o positivismo como uma visão de mundo. Mais que uma filosofia, virou um projeto político. Esse projeto se baseava na crença no progresso. Ele também justificava a reorganização do Estado e da sociedade.
Machado de Assis não se deixa seduzir por esse entusiasmo. O conto mostra que a ciência não era apenas conhecimento, mas também um instrumento de poder.
A Casa Verde, representa exatamente isso: um espaço onde a racionalidade se torna tirania, classificando pessoas comuns como loucas e legitimando sua exclusão.
Nesse sentido, a história sugere que a verdadeira loucura não está nos internados, mas na própria sociedade que se rende ao cientificismo. A sátira desmonta o positivismo, quando se apresentava neutro, na prática funcionava como instrumento de poder.
Machado de Assis como crítico de seu tempo
Parece que Machado de Assis, ao escrever O Alienista, previu debates que só se tornaram importantes no século XX. Nesse período, intelectuais começaram a questionar a relação entre saber e poder.
A obra mostra que, por trás do entusiasmo científico, havia uma forma de “loucura coletiva”. Essa loucura era a crença na ciência como verdade absoluta e incontestável.
Assim, o contexto histórico de O Alienista não é só literário, mas político e cultural. O texto conversa com um Brasil em transição da monarquia às ideias republicanas e pela consagração do positivismo como referência intelectual.
Essa combinação fez da obra quase que profética. A história retrata o presente de Machado, assim como, debates que atravessaram a modernidade.
Adaptações e Repercussão Cultural de O Alienista
Com o passar do tempo, O Alienista, saiu das páginas e passou por várias formas de arte e cultura. Se tornou uma referência sobre a relação entre ciência, poder e loucura.
O enredo é curto. A ironia e o tom satírico ajudam a entender porque o conto recebeu tantas adaptações. Ele foi adaptado no cinema, televisão, teatro e histórias em quadrinhos. Isso fez com que conquistasse novos públicos e fizesse parte do imaginário cultural brasileiro.
O Alienista no cinema
A adaptação mais famosa surgiu em 1970, com o filme “Azyllo Muito Louco”, dirigido por Nelson Pereira dos Santos. Inspirado no conto, o filme traz a crítica social para o contexto da ditadura militar e dialoga com as tensões políticas da época.
O impacto foi grande, levando o filme a festivais internacionais como Cannes. Isso mostra que a história de Bacamarte tem um amplo alcance e pode se adaptar a diferentes cenários históricos.
O Alienista na televisão
Na década de 1990, a história chegou na TV com o Caso Especial: O Alienista. Esse episódio foi transmitido pela TV Globo e teve Marco Nanini como protagonista.
Passando no horário nobre, ele apresentou Bacamarte e a Casa Verde para milhões de brasileiros. Isso reforçou seu valor como símbolo cultural de crítica social e tornou a história mais conhecida para além dos leitores habituais.
O Alienista em histórias em quadrinhos
Uma das adaptações mais famosas é a versão feita pelos quadrinistas Fábio Moon e Gabriel Bá. Essa versão ganhou o Prêmio Jabuti. A obra traduz visualmente a ironia e a profundidade da história.
Essa adaptação conquistou tanto jovens quanto adultos. Além dela, outras edições, como as de Luiz Antônio Aguiar e César Lobo, trouxeram a história para o universo escolar. Isso garantiu que novas gerações conhecessem O Alienista de forma acessível.
O Alienista no teatro
O texto também fez sucesso nos palcos. Várias montagens, como produções universitárias musicais e grandes espetáculos, mostraram a versatilidade da história.
Muitas dessas adaptações trouxeram novas leituras, confirmando que a obra ainda é relevante e pode se conectar com diferentes contextos sociais.
Repercussão cultural no Brasil
A influência de O Alienista vai além das páginas e suas diversas adaptações. A expressão “Casa Verde” é usada como metáfora para instituições de controle social. O nome “Bacamarte” se tornou símbolo de debates sobre ciência e racionalidade.
Essa presença em conversas populares e na mídia mostra o quanto esse livro é importante. Ele faz parte do cânone literário brasileiro. Além disso, é uma obra viva, trazendo dilemas e lições que podem ser aplicadas até os dias de hoje.
Conclusão
Depois de ler esse artigo fica fácil entender o porquê dessa obra ser uma das mais importantes de Machado de Assis. Com a crítica aos limites da ciência, o autoritarismo das instituições e as fragilidades humanas diante do poder.
O escritor usa ironia e humor para mostrar que a ciência não pode definir com precisão a linha entre razão e loucura.
O texto foi escrito em um período de grande crescimento do positivismo no Brasil. Além disso, mostra como o discurso científico, político e social pode ser usado para controle e opressão.
A obra continua sendo estudada como parte importante do Realismo brasileiro. Sua atualidade está em alerta constante: transformar o saber em poder absoluto pode levar não ao progresso, mas à tirania disfarçada de razão.
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Referências Bibliográficas
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Perguntas Frequentes
O que é O Alienista?
O Alienista é um conto de Machado de Assis. Publicado entre 1881 e 1882 e faz parte do livro Papéis Avulsos. A história segue Simão Bacamarte, um médico famoso que constrói a Casa Verde para estudar e ajudar pessoas insanas. Machado usa ironia para mostrar a linha tênue entre razão e loucura. Ele mostra como a ciência, quando usada de forma autoritária, pode se tornar um instrumento de poder e opressão.
Quem escreveu O Alienista?
A obra foi escrita por Machado de Assis (1839–1908). Considerado o maior escritor brasileiro e um dos mais importantes do mundo. O escritor fundou a Academia Brasileira de Letras e escreveu clássicos como Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Marcou o Realismo brasileiro com sua escrita irônica e crítica.
Quando foi escrito O Alienista?
O Alienista foi publicado entre 1881 e 1882, em folhetins. Depois, foi incluído na coletânea Papéis Avulsos (1882). O conto reflete as mudanças sociais e políticas do Brasil do século XIX. Esse período foi marcado pela influência do positivismo e pela ciência como autoridade.
Por que O Alienista foi escrito?
Machado de Assis escreveu O Alienista como crítica ao cientificismo e às instituições de seu tempo. Através de Bacamarte, expõe os perigos da ciência. A obra é uma alegoria política e social. Ela mostra as fraquezas da sociedade brasileira do século XIX.
O que Machado de Assis queria passar com O Alienista?
Com O Alienista, Machado de Assis quis mostrar que a linha entre razão e loucura não é tão aparente. A Casa Verde simboliza como a ciência, a política e a moral podem ditar comportamentos. O conto critica a vaidade intelectual, o autoritarismo e a tendência de aceitar verdades sem questionar. O escritor ironiza a arrogância da razão científica e lembra que o delírio pode estar em quem impõe limites à mente humana.
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